Seu dotô sô criminoso Tô aqui pra lhe entregá Mas antes do jurgamento Minha história eu vô contá Eu matei minha muié Ela quis me traiçoá Com o cabra Chico Faria Eu posso inté lhe jurá
Fiquei noite de tocaia O Chico andava sondando E chegô na minha casa Maria tava esperando Entregô uma carta e disse Por favô vá retirando Ô Maria tu és minha Pro meu rancho foi entrando
Nessa hora fiquei louco E picado de paixão Eu ranquei da minha faca Chico foi pra escuridão Pulando pruma janela A carta caiu no chão Maria com a mão posta Me pedindo sarvação
Fui chegando perto dela E garrei na sua mão Sem dizê uma palavra Derrubei ela no chão Enterrei minha lapiana Pro riba do coração Leia a carta seu dotô Como prova da traição
("Seu Chico Faria Si o sinhó continuá Com seu debique atrevido O jeito que tem é contá Tudo tudo a meu marido O sinhô desapareça Não desventure minha sorte O nome de meu marido Hei de honrá inté a morte Assinado Maria das Dor Esposa Clarindo do Norte")
Maria tava inocente Vancê acaba de dizê Sô duas vez criminoso Também preciso morrê Uma por matá Maria Outra por não sabê lê